Vivo...

O esquema de Vivo funciona mais ou menos assim:
9 horas da manhã a repórter é informada de que vai ter uma entrada ao Vivo.
9 e 30 da manhã: repórter e equipe de técnica são informados do assunto e do local.
10: 00 da manhã... jornal no ar... equipes de reportagem e de técnica chegam ao local do vivo.
10: 10... hora de retocar a maquiagem. Óleo de peroba na lata que vai aparecer logo logo nas telinhas da globo.
10: 15 ... a repórter é apresentada ao entrevistado, bola um texto mirabolante de última inspiração e se prepara psicologicamente.
10: 20 da manhã. O entrevistado demonstra impaciência pela espera. A repórter ainda não está preparada. A entrada muda dramaticamente do 3º para o 2º bloco e a entrada deve ocorrer dentro de cinco minutos. Não dá tempo de arriscar um pulo suicida do viaduto. O ponto de retorno começa a falhar. A memória começa a sair pela porta dos fundos do cérebro em franca atividade de erupção. A repórter lembra que não tem o nome completo do entrevistado(milagre!). Pensa em perguntar. Vira para o lado e hesita. No ponto, uma voz do Além Complexo avisa: Você já está no ar. Uma virada de volta pra câmera e um sorriso amarelo antes de começar a responder a uma pergunta que ela nem sequer tem certeza de que foi feita pela apresentadora. Continua sorridente até que a câmera começa a passear pelo espaço mostrando a movimentação. A repórter continua a narrar enquanto procura os papéis onde escreveu o texto do vivo e que escorregaram das mãos nervosas nos primeiros segundos de transmisão. Torce para que o cinegrafista seja seu amigo e continue passeando com a câmera até se recompor e estar perto do entrevistado. Fim de Vivo. A turma do complexo comemora. Viva, por um triz.
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