De Santarém a Brasília

O retorno deveria ser mais calmo. E foi. Ao menos uma parte do trajeto. Fiz minhas malas no domingo 'a noite depois de mais um passeio pela orla. No aeroporto meu irmãozinho insistia em brincar com o carrinho de bagagens. Despedidas. Choro. Riso. Um último telefonema. Calmaria. O avião estava agradavelmente espaçoso, quase exclusivo e eu pude ocupar 3 poltronas! Ver Santarém de cima é sempre um espetáculo que me causa boas impressões. Em Belém, tempo bom, poucas nuvens. Depois muda. Aí vem a chuva da tarde... Um passeio pela cidade tumultuada e de trânsito louco. Entrevistas para o livro. Descanso num quarto escuro. A terça-feira começa 'as 9 da manhã. Banho e café. As histórias engraçadas da Mary. As gatas espaçosas da Mary. Passeio por uma rua desconhecida. Chego a uma feirinha de produtos regionais. Começa a gingana de procura por presentes. Polpa de cupuaçu, doces, compotas. Nada. Belém, de repente, me parece sem sabor paraense. O jeito é levar in natura. Dois cupuaçus gigantes que vão me acabar com as costas até Brasília. Mais alguns trequinhos regionais e está pronta a bagagem. Tudo certinho a tempo de aproveitar o almoço caprichado da Vera, filha da Mary. Agora é aguardar o próximo voo. Não antes de ser esquecida pelo motorista e ter de pegar um outro carro 'as pressas. Deu tempo. Tudo se encaminha para um desfecho feliz. De Belém a Brasília são mais 2 horas e alguns minutos. Vou de janelinha, com o espaço conveniente de uma poltrona para o outro passageiro. Aí vem o tédio. A revista já foi lida de trás pra frente, o lanchinho do avião já passou... O jeito é puxar assunto e ter cara de sandália pra pedir uma folha de jornal ao passageiro mais próximo. Ele é gentil. Deixa os jornais e revistas na poltrona vaga de maneira a ser compartilhado por nós dois. Oficial da marinha mercante, cheio de saudades de casa; a namorada também chama Val, de Valéria. E lá vou eu para mais uma aventura de uma noite e um dia.
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