Sobre a Serra da Matinha

O problema da Serra da Marinha é ambiental sim, mas sobretudo social e se arrasta há vários anos. O local foi interditado no ano passado e o Isam e a Prefeitura prometeram que iam providenciar um meio de renda pras 22 famílias que tem na Serra o seu principal meio de renda. E mesmo que não prometessem, é ou não é um compromisso social? Foram lá, interditaram a área, depois levaram uma cesta básica pros homens e só. Tem gente que gosta de esmolas. Tem gente que prefere trabalho. Tem gente que se submete a receber o que vier. Mas como me disse um dos extratores, uma cesta básica nao dura pra sempre e eles também precisam se sentir homens ao proverem o sustento de casa. Mas não há muita opçao de trabalho em Santarém. Não há pra quem tem um pouquinho de estudo, imagina pra quem não tem nenhum. Voltaram pra serra e agora, por conta das chuvas há desmoronamentos constantes naquela área, o que aumenta os riscos. Os túneis, pelo menos, não foram mais utilizados. Se a serra está acabando, e eu realmente acho isso uma pena, é preciso cuidar, mas antes, olhar com um pouco mais de consideraçao e dignidade para essas famílias.

Liberdade de imprensa

Como ninguém me paga pra eu ficar calada ( e antes de alguma proposta indecente qualquer, deixa eu deixar bem claro que não estou à venda), posso falar neste espaço livre e rosado o que penso do governo municipal sem censura, e já me sinto bem satisfeita de ter meia dúzia de leitores. Blog da goiaba, vc está aberto outra vez... kkkkkkkkkkkkkkk...

Só pra descontrair um tantinho...

Um buraco tamanho família.

Cabe uma família inteirinha dentro dele... ehehehehe... Como se não bastassem os expostos e os conhecidos, tem também os escondidos, que de uma hora pra outra resolvem aparecer. E bem do ladinho do novo banheiro público lá do Mercado Modelo. Dizem as más línguas que, por pouco, o buraco não engole o banheiro. O piso rompeu assim, que nem no Filme Múmia parte 2, e tragou mercadorias e assustou um monte de vendedor... É pessoas, tá braba a situação. São tantos os buracos que só as ruas num tão mais dando conta.

Ps: Rúbia, querida, desculpa aí, mas não dá pra fazer vista grossa pra essas coisas. E a propósito, este buraco, pelo menos, não é de competência da Seminf.

Errata

O menino que citei no post sobre os ramais se chama Joaquin e não Francisco. Mas se vc estiver disposto a dar uma bicicleta nova de presente pra ele, pode chamá-lo do que quiser que ele nem vai reclamar.

Raly do Sol

Entrei hj num daqueles veleiros "fantastic" dos franceses caçadores de aventura. Soube dizer "Bon jour", "pardon", "merci" e alguma coisa parecida com "Je ne se pá parlê francés, monseiur" sei lá onde se põem os acentos nesta língua! Interessante como a conversa foi até agradável, com um intérprete não muito disposto, e sendo com um casal francês, que francês por aqui tem fama de ser nariz empinado, arrogante (ainda mais sendo podre de rico) e não muito másculo... Esta última idéia pre-concebida fica por conta dos homens despeitados do lado de cá. A matéria não vai sair lá essas maravilhas, mas vai dar pra fazer alguma coisa menos ordinária. Eu acho.

Ramais

Escrevi dia desses por aqui sobre os ramais do Eixo Forte. Pois é. Estão piores. As chuvas e a falta de manutenção das estradas estão causando transtornos a dezenas de comunidades daquela região. Algumas estão praticamente isoladas. Daí eu fico pensando no menino Francisco, aquele da bicicleta roubada, que tem que andar quase 3 horas todos os dias pra chegar na escola. E penso em dezenas de outros franciscos meninos e adultos que enfrentam a mesma lida (às vezes pior) diariamente.

Bem, hoje encerrava o prazo dado pela própria Semab (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento) para o início das obras nos ramais. Daí que as comunidades, que estão deixando de ser bobas, arranjaram uma reunião com os representantes do governo pra cobrar providências. E chamaram a imprensa pra endossar tudo, claro. O Sérgio Callata, representante do setor de manutençao das vicinais ( é vicinais ou viscinais?!), prometeu que segunda feira as máquinas já estão por lá. As comunidades aguardam ansiosas. E a imprensa também...

O Seu Piauí

Profissão: taxista e babá de repórter.
Hobie: Chamar palavrão.
Hobie número 2: Deixar repórter esperando das 11 da noite até às duas da manhã ou apresentadores de BDS em maus lençóis por dormir demais e não dar as caras no serviço.
Hobie número 3: Ouvir rádio e comentar as notícias do Domingos Campos e também do mais novo programa da Guarany, estrelado por Oswaldo de Andrade e Bena Santana às 5 da manhã.
Descrição: De uma estupidez simpatissíssima! Sotaque arrastado do piauiense que sempre foi e será. Gordo e inconformado com as sacanagens feitas por políticos. Sabe xingar como poucos. Língua afiada! Aprendo cada coisa com ele... Dia desses esqueci de avisar que não ia ter "Bom Dia" (um lapso) e ele achou de ir, às 4 e meia da matina, fazer ronda nas minhas 3 paradas obrigatórias pra ver onde eu tinha me enfiado. Depois ele me cobrou 20 reais pela graça... O carro é bruto que nem o dono. Pega quando quer e nem sempre tem freios, mas fazer o quê? É pedir proteçao divina e torcer pra chegar viva e inteira ao meu destino.
E com os ouvidos saudáveis...

Ruas

Tenho uma nova e heróica missão. Fazer o pessoal da Seminf enxergar os buracos das ruas São João, Independência, Constituição... Eheheheh... Essa lista só aumenta! Igual aos buracos, cada vez maiores, maiores... Minha casa 3, tadinha, vai amanhecer na Curuá Una, qualquer dia desses, levada pela enxurrada.... kkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Eu tou rindo, mas o negócio é mesmo sério.

Foi-se

O palhaço Carequinha. Gostava dele. Palavra como não vou esquecer aquele rostinho pintado.

Sobre Trombetas

Eu tinha que escrever pelo menos uma linha sobre a viagem. Foi o bicho da goiaba. Sobre os projetos sociais, o que mais gostei foi o trabalho que estão fazendo no lago Batata. Mas como não me levaram até lá, acho que vou ter voltar a Trombetas em junho pra ver de pertinho.

Menino Carvoeiro

Crianças continuam sendo encontradas em carvoarias de Santarém. Acompanhando ou ajudando os pais no trabalho, elas enfrentam diariamente os riscos oferecidos pelo local. Passei cerca de uma hora numa dessas carvoarias. O suficiente para sair de lá com os pulmões pedindo socorro e os cabelos estragados pela fumaça. O calor é praticamente insuportável. Encontrei por lá um menino que já entrevistei na escola. Inteligente e tagarela, ele me presenteou com uma sonora super engraçada sobre um projeto escolar. Agora magrinho, rosto, mãos e pés sujos de carvão, quase nào o reconheci. Mas foi falador como sempre e me explicou tin tin por tin tin porque tinha que ir pra carvoaria. E como as coisas estavam difíceis em casa. E que a irmã estava doente e a mãe era sozinha e essas coisas que deixam a gente engasgada, com o choro entalado na garganta. Ele não faz parte de nenhum desses programas nacionais de auxílio social (distribuiçao de renda que eu chamo de esmola disfarçada) e eu fico pensando o que um menino com todo esse potencial poderia fazer com essas mãozinhas calejadas, em vez de catar carvão. A mãe apareceu depois. Veio correndo, toda atrapalhada, tropeçou nas sandálias. Igualmente suja. Cabelos assanhados e rosto tingido de fuligem.Tive pena. Culpada? Não queria mais fazer matéria de nada... Quem deve ser responsabilizado nessa história toda afinal de contas? O Conselho tutelar autuou a mãe, despachou as crianças que estavam com ela, e, prometeu inserir o menino no tal programa assim que ela comparecesse na audiência marcada. Meu colega cinegrafista pegou imagens deles sumindo na estrada, com sacas de carvão na cabeça, que o editor, neste momento, deve estar usando pra fechar o vt.

Laurimar Leal

Vai ser homenageado no carnaval 2007 de Brasília o nosso Lauribaby. Uma graça aquela pessoa. O autor da idéia é o produtor carnavalesco "Risko". Um dos meninos de rua adotados por Laurimar aqui em Santarém e que aprendeu com o artista os primeiros passos que o levaram à fama na Capital Federal. Daí que ele vai fazer um boneco gigante do Laurimar e levar pra avenida Santarém como tema. Tá todo prosa o Lauribaby...

Iles de Soleil

Chegaram!!!!!!! Os veleirinhos baratinhos com aquelas pessoas paupéeeeeerrimas que adoram andar à toa por aí ao sabor do vento, super preocupadas com o problema da dívida externa... ehehehehehehe... O Raly do Sol, que acontece há 12 anos, é um passeio que começa nas Ilhas Canárias. 21 veleiros sairam de lá em outubro do ano passado e chegaram ontem aqui em Santarém. Estão em Alter do Chão, a se estressar com aquela beleza toda... São 66 tripulantes, 3 espanhóis e os demais franceses. A maioria faz parte da turma da melhor idade e está agora a desfrutar os benefícios da aposentadoria "magrinha". Vão ficar por aqui até o ia 14 . Alter do Chão foi eleita 2 anos consecutivos como a melhor das 18 escalas do raly, ficando à frente de paraísos como Fernando de Noronha! Não, não é só por beleza que a escolha é feita. Tem o lance da segurança e da tranquilidade das águas mornas do Tapajós e , claro, a simpatia do povo conta lá uns pontinhos pra manter este título.

Vamo parar de moleza...

Tava aqui esperando consertarem o computador de fazer fotos lá do Complexo, pra postar aqui uma dezena de aventuras.,... Mas cansei de esperar e aqui estou para escrever de novo e sem as tais figurinhas. Se as quiserem, paciência, acessem um site de fotografias... eehehehhe... Que eu aqui vou escrever meia ou uma duzia de abobrinhas pra tirar o atraso e a pedidos de quem perde tempo lendo essas leseiras ( o pior é que gostam) ... Agora chega de conversa fiada...

Que coisa mais linda, mais cheia de graça

Queria tanto mostrar pra vcs o bebê mais lindo desse planeta...Mas não consegui (por pura incompetência) capturar uma única fotografia dele, aliás, dela. Tem uma semana de idade , pesa 19 quilos e mede um metro! Tamanho e pesos surpreendentes, mesmo para um filhote de peixe-boi da Amazônia. Linda, fofa e de uma simpatia encantadora, ela foi encontrada numa comunidade próxima de Santarém e trazida pelos técnicos do Ibama até o Centro de Triagem de Animais Silvestres . Não sei como alguém pode matar um bicho como esse. Até os adultos parecem bebês superdesenvolvidos, incapazes de produzir qualquer arremedo de ferocidade. E a Walzinha (já a batizei por conta própria), ainda tinha o cordão umbilical quando foi encontrada. Provavelmente a mãe foi caçada, assim como a mães de outros 5 filhotes encontrados em menos de 1 ano em situações semelhantes nesta região. Animais que correm o risco de desaparecerem de vez devido à caça indiscriminada. Quanto à Walzinha, vai bem, obrigada, toma quatro mamadeiras gigantescas por dia e deve ser rebatizada nas próximas semanas. Através do projeto “Dê Nome Aos Bois”, crianças de comunidades ribeirinhas é que vão escolher um nome mais cristão pra ela. E como eu não tenho dinheiro pra subornar todas aquelas crianças...