Contra o reinado do Momo

Dia animado. Cheguei antes da hora na tv, saí bem depois... não é necessariamente um fardo. Perdi um guarda-chuva, encontrei outro já perdido há um tempo e me preparei paras as pautas do dia. Carnaval. Hora de inaugurar as camisas globeleza. Beleza, não fosse o fato de ser carnaval. E esta é a minha época mais odiada do ano. Já foi amada, quando tinha acampamento no Moju e tudo o que eu via de carnaval eram as contagens de voto das escolas, na quarta-feira de cinzas. Sim, porque o feriadão era aproveitado numa paisagem muito verde e orvalhada, longe do brilho, das cores, da maisena, dos banhos de cerveja, do barulho, das letras de composições estranhíssimas que são mais um atentado violento aos ouvidos do que marchinhas de carnaval. Meu primeiro contato com este universo ET foi ano retrasado, quando pela primeira vez fui escalada para o carnaval de Alter do Chão. A praia paradisíaca era ofuscada pela baderna reinante. Tudo bem, enquanto eu não era confundida com a paisagem dantesca dos blocos de rua. Uma avalanche de maisena, unida a espuma e cerveja fizeram do meu cabelo uma obra de arquitetura que demorou uma semana para se dissolver. A câmera ficou um mês na técnica e eu passei um ano traumatizada. O que era antipatia virou ojeriza, fobia grave e incurável. De carnaval quero distância e aos que curtem, os meus sinceros pêsames.
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