Os argentinos

Eu juro que entendi tudo o que eles falaram. O problema maior é que , inversamente proporcional a esta minha estranha capacidade, foi a minha competência para me fazer entendida. A dupla argentina nos foi apresentada pela Taís Maluca, que é dona ou sócia do Piracaia Bar. Ela diz que tem uma pauta bárbara e a gente cai feito mosquito na lâmpada toda vez. Aquele negócio da repetição ser didática e pedagógica nem sempre funciona. Deve ser porque, segundo os behavioristas, quando a gente se dá bem uma vez, pode se dar mal até dez que vai continuar apertando na mesma tecla, por acreditar que um dia vai voltar a dar certo, que em vez de choque vem o queijo e coisa e tal. Entenderam? Nem eu. Mas basta vcs saberem que a gente passou longe do queijo mais uma vez. Os artistas argentinos falaram em alto e bom som castelhano sobre as aventuras no Brasil, a turnê por alguns estados brasileiros, os cinco anos de treinamento intensivo para chegar à perfeição com os malabares. Um deles até cantou pra mim "Passar uma tarde em Itapuã, Ao sol que arde em Itapuã" pra mostrar que sabia alguma coisa do Brasil. E eu entendi. Eles é que devem estar voando até agora, porque a tudo o que eu falava, vinha um imenso ponto de interrogação estampado no rosto dos dois. Depois de meia hora de conversa é que eles perceberam que eu e o Marcio não estávamos nenhum pouco interessados no cigarrinho suspeito que eles levavam à boca de vez em quando, nem éramos patrocinadores em potencial. Demorou pra eles perceberem que éramos uma equipe de tv e que o nosso lance era... eu nem me lembrava mais qual era o meu lance de verdade depois de toda aquela fumaça aspirada. Mais uma pauta caída...
0 Responses

Postar um comentário