Dunnothar
7:08 PM
O castelo Dunnothar (o que restou dele) é um dos mais antigos da Escócia. Suas ruínas são testemunhas de relatos incríveis, sangrentos, romanescos, inspiradores, escruciantemente tristes, por vezes quase engraçados, outras, repugnantes. Andar por entre seus muros e paredes semi-destruídos é uma experiência inesquecível.
A história não é bonita. É composta de sangue inocente derramado, traição e intrigas, numa exposição semi-nua da maldade humana, ainda que pincelada de nobreza por algum ou outro historiador. Mas o castelo em si, emana a dignidade dos gigantes ainda não tombados. Nem o tempo, nem os homens foram capazes de apagar a imponência de Dunnothar.
Num outro episódio violento e triste, 122 homens e 45 mulheres foram mantidos presos em condições sub-humanas dentro de uma única cela conhecida como Caverna dos Whigs (1685). Muitos morreram ali mesmo, outros morreram a caminho do exílio. O crime: professar uma fé diferente da do rei escocês.
Em tempos de paz o castelo esbanjava banquetes e festas nas quais a comida era de primeira, o vinho era dos melhores, mas ninguem sequer ouvia falar em bons hábitos de higiene.
Os rochedos e o mar que ajudaram a proteger Dunnothar ainda hoje o embelezam. Depois de turistas, pássaros costeiros são os visitantes mais frequentes. Ajudam a dar nova vida ao castelo e a amenizar a imagem austera de passado sanguinário.
Fotos: Ken Rathbun & Wal Nascimento. A terceira foto, de cima pra baixo, foi tirada na caverna dos Whigs (Whigs' Vault).
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