Cairo- Parte 1



Mesquitas, ruínas e ruelas entrelaçadas ajudam a compor o intrigante cenário de Cairo.  A cidade conquistada por differentes povos em mais de mil anos de história, exibe traços das differentes culturas que por aqui passaram, sobretudo na arquitetura. Mas os costumes atuais são moldados pelo islamismo, ainda que não considerado extremista no país. No tráfico barulhento e confuso, differentes tipos de transporte disputam espaço com gente e animais de carga. Parece-se um pouco com o caos indiano, mas sem vacas sagradas perambulando pelas ruas. Da janela de nossa condução, vemos mulheres usando burkas e véus. Vitrines de lojas exibem o mesmo tipo de figurino. Antes de deixar o hotel tinha decidido usar um véu também só pra não chamar muita atenção nas ruas. Na parada de um dos sinais de trânsito, uma senhora se aproxima e começa a falar em árabe comigo. Não entendo uma vírgula, mas passo algumas moedas pra mão dela. Ela sorri agradecendo e continua a falar em seu idioma materno que não faz sentido algum pros meus ouvidos.   Quando continuamos a viagem o motorista explica que ela provavelmente pensou que eu era egípcia e tava me “abençoando” com palavras como “que Alá te faça ter muitos filhos pra que seu marido fique  feliz contigo.” Pelo menos meu disfarce tava funcionando.

Construções inacabadas estão por toda a parte. O motorista nos conta que os prédios foram erguidos durante o período da revolução, quase três anos atrás, quando o governo não tinha tempo e disposição pra averiguar a expansão urbana ilegal.  Até as terras às margens do Nilo, famosas por sua fertilidade, não foram poupadas. Onde predominava o verde de frutas e legumes, florescem os tons cinzentos de prédios nascidos do dia pra noite.









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