A primeira cirurgia

O tampão no olho esquerdo diminuiu ainda mais a minha noçao espacial... Trombei com a mesma porta duas vezes. Mas não consegui ficar na cama e, tão logo a dor virou a esquina, eu já estava andando de um lado para o outro, agoniada pra sair, conversar, ser centro de atenções, ainda que o motivo fosse aquele curativo ridículo em cima do olho. Um instante antes da operaçao eu ainda me perguntava se aquele procedimento era mesmo necessário e se eu não podia esperar mais 30 dias pra medicaçao alternativa fazer efeito. Decidi que era válido, pela novidade da experiência. Calázio parece nome de doença de cachorro, mas na verdade é um calo, um tipo de cisto que se forma sob as pálpebras devido ao entupimento de uma glândula. Foi o que me fez entrar pela primeira vez numa sala de cirurgia.Não sem antes descobrir que pra fazer um corte acima do olho precisava ficar despida, e, de conhecer um pouco da história de pacientes recém-saídas da mesa de operaçao. Aí veio a parte chata da brincadeira. Fura daqui, corta dali, vira a pálpebra do avesso... ai, ai... Saí da clínica com vontade de chorar em colo de mãe, mas a vergonha foi muito maior do que a vontade e o colírio anestésico, bem, a seu jeito já estava fazendo efeito mesmo... ardia tanto que me fazia esquecer de qualquer dor.
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