Meu Herói Jamaicano



A Jamaica possui sete heróis nacionais, dos quais Samuel Sharp é o meu favorito. O rosto dele está gravado nas notas de cinquenta dólares jamaicanos. É a nota de menor valor monetário do país (mais ou menos 1 real). É também a mais comum. Por isso, todo mundo na ilha sabe sobre ele, pelo menos um pouco. Nascido e morrido escravo em Montego Bay(1801-1832), Sam Sharp foi um revolucionário pacifista. Mesmo escravo, aprendeu a ler e a escrever. Lia e conhecia a Bíblia, e era bastante respeitado por isso. Ainda hoje é considerado um dos maiores pregadores Batistas da Jamaica. Pregava para seus irmãos escravos e propagava o pensamento de igualdade de valores entre seres humanos tão presente nas Sagradas Escrituras. Em 1831, boatos de que o governo britânico havia abolido a escravidão nas colônias inglesas chegaram à Jamaica. Não era verdade. Mas o engano levou Sam Sharp a promover um manifesto pacífico contra a escravatura na ilha. A idéia era que escravos, sem uso de armas ou violência, deixassem de trabalhar no dia 25 de dezembro de 1831 (natal). A notícia se espalhou e chegou aos ouvidos dos donos de escravos antes de ser colocada em prática e o que deveria ser pacífico se transformou na maior rebelião escrava ocorrida na Jamaica. Navios de guerra e reforço vindo de outras partes da ilha fixaram base em Montego Bay. 14 brancos e 500 escravos foram mortos, entre eles Sam Sharp, que foi enforcado em maio de 1832. A vida e a morte desse herói não foram em vão. Por causa da revolução iniciada por ele, a Jamaica é considerada o berço da abolição da escravatura. A voz de Sam Sharp foi ouvida em solo britânico graças a William Knibb. O Missionário que havia presenciado os horrores infligidos aos escravos iniciou outros protestos na Inglaterra, exigindo a abolição do sistema em todas as colônias inglesas. Em menos de dois anos a lei havia sido aprovada. Dois anos mais tarde, escravos jamaicanos obtiveram liberdade. 
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