Na volta
nem sinal do ninja, mas Snowdon reserva outras surpresas. Tem neve, tem gelo,
tem pássaros enfeitando o céu, tem pai maluco com nenen na bagagem... E tem os
lagos, imensos espelhos refletindo as nuvens. Paramos às margens de um deles,
tão bonito que apelidamos de
Encantado. Mas deixa eu começar
essa história da metade certa...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDE_zCw8Iq0tbgI3XsjA_TtcdlhbWPTPi_TCKhbGKifFQtwpfUQEwI-uRgxnlk31Ja-WxS60p-43u9rXpu9TNoe9rVmj_BknbplLx0KZ_SrBk7ZgMkQzjrxSXrHVEmlhJRDxTnXw/s320/100_9258.JPG)
De novo os primeiros metros são os mais desafiadores. Um ventinho forte e a gente pode voar daí pro chão em velocidade máxima e mortal. Um outro grupo tenta subir pela mesma trilha que estamos descendo. A senda é tão estreita que um precisa esperar até que o outro passe. Esperamos. E aí vejo surpresa que tem um nenen pendurado na frente de um deles. O garotinho de uns 6 ou 7 meses perdeu uma meia em alguma parte do percurso, mas não tá nem aí. É todo sorriso! Fico pensando se a mãe desse menino sabe por onde ele anda... A vista ao redor logo me faz esquecer do nenen descalço. Dá um frio na barriga só de olhar, então decido fechar o olhos e continuar deslizando lentamente pelo caminho coberto de neve até finalmente alcançar o trecho em que é possível ficar de pé. Os picos dos montes ao redor estão cobertos de neve. Parecem enfeitados de glacê. Aqui e ali a gente localiza um pássaro nos ares gelados de Snowdon. E aí é só continuar descendo, descendo, até parar no lago encantado, de água azul cristalina e gelada. Enquanto me contento só de olhar, tem gente se preparando pra dar um mergulho. Só o pensamento me arrepia. De repente, somos premiados com um show à parte. Vindo do nada, um helicóptero militar faz manobras de treinamento. Nossa companhia infanto-juvenil vai à loucura outra vez dando thauzinho e mandando beijos para o príncipe William que, juram elas, é o piloto. Jatos de fumaça verde são atirados no lago (localizadores ou alguma coisa do tipo). O piloto tenta pousar em uma imensa rocha cercada de água. Consegue tocar a parte traseira no solo rochoso. Pousa por uns poucos segundos e bate em retirada. Foi a sensação do final do dia. Continuamos a caminhada cheios de assunto pra conversa, nem lembrança de cansaço. Chegamos ao pé da montanha lá pelas cinco da tarde e ainda tínhamos energia pra cantar, bater papo e mais fotografia. Desafio mesmo foi sair da cama no dia seguinte.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBV-xcp7QxMLkMIXRImKkkesQ1jCJq36Ed02vc-3xmxNR-FqYe-Jyl_8Bo45-J8ZDQXBc0nu956HvTm85EL5NDDKOUnecMNT2jOPo-cxRC7lYHbh-PDcQW4Ey6_v3fezpatDf_ZA/s320/100_9340.JPG)
Fotos: Ken Rathbun
Postar um comentário