Na volta
nem sinal do ninja, mas Snowdon reserva outras surpresas. Tem neve, tem gelo,
tem pássaros enfeitando o céu, tem pai maluco com nenen na bagagem... E tem os
lagos, imensos espelhos refletindo as nuvens. Paramos às margens de um deles,
tão bonito que apelidamos de
Encantado. Mas deixa eu começar
essa história da metade certa...
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De novo os primeiros metros são os mais desafiadores. Um ventinho forte e a gente pode voar daí pro chão em velocidade máxima e mortal. Um outro grupo tenta subir pela mesma trilha que estamos descendo. A senda é tão estreita que um precisa esperar até que o outro passe. Esperamos. E aí vejo surpresa que tem um nenen pendurado na frente de um deles. O garotinho de uns 6 ou 7 meses perdeu uma meia em alguma parte do percurso, mas não tá nem aí. É todo sorriso! Fico pensando se a mãe desse menino sabe por onde ele anda... A vista ao redor logo me faz esquecer do nenen descalço. Dá um frio na barriga só de olhar, então decido fechar o olhos e continuar deslizando lentamente pelo caminho coberto de neve até finalmente alcançar o trecho em que é possível ficar de pé. Os picos dos montes ao redor estão cobertos de neve. Parecem enfeitados de glacê. Aqui e ali a gente localiza um pássaro nos ares gelados de Snowdon. E aí é só continuar descendo, descendo, até parar no lago encantado, de água azul cristalina e gelada. Enquanto me contento só de olhar, tem gente se preparando pra dar um mergulho. Só o pensamento me arrepia. De repente, somos premiados com um show à parte. Vindo do nada, um helicóptero militar faz manobras de treinamento. Nossa companhia infanto-juvenil vai à loucura outra vez dando thauzinho e mandando beijos para o príncipe William que, juram elas, é o piloto. Jatos de fumaça verde são atirados no lago (localizadores ou alguma coisa do tipo). O piloto tenta pousar em uma imensa rocha cercada de água. Consegue tocar a parte traseira no solo rochoso. Pousa por uns poucos segundos e bate em retirada. Foi a sensação do final do dia. Continuamos a caminhada cheios de assunto pra conversa, nem lembrança de cansaço. Chegamos ao pé da montanha lá pelas cinco da tarde e ainda tínhamos energia pra cantar, bater papo e mais fotografia. Desafio mesmo foi sair da cama no dia seguinte.
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Fotos: Ken Rathbun
A menina de 3 aninhos puxa conversa:
_ Quantos anos você tem?
_ Quantos anos eu pareço ter? Pergunto, pensando em inocência de criança que geralmente só conta até 4.
Depois de uns 2 segundos examinando meu rosto, ela diz com ar de sabedoria :
_ Uns 63...
Fotos: Ken Rathbun
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrogoFV9u4O41dQvnv2VK-u2bSlBgH1cRAA7_L79PTWQxbQ8EmTk6O-Bkub1U1gTIUmdKbzSgFUIW3feFgsIxlA8tQKU1_wZq4515f2e0POOcesWODsmxQwjNKOUL2oFm2N_uDsA/s320/100_9196.JPG)
O pico mais alto da Grã-Bretanha fica em Gales. Snowdon soma 1085 metros acima do nível do mar. Lá de cima a vista é de tirar o fôlego. Subindo a gente já perde o fôlego sem precisar ver coisa nenhuma. Mas o espetáculo visual que se tem no alto, bem no alto, paga todo e qualquer eventual incômodo. Começamos nossa aventura por volta das 9 da manhã. À nossa frente, a tarefa de percorrer 15 quilômetros: 8 de subida, 7 de descida (a gente aprende atalhos rapidinho). Os primeiros 200 metros de distância são a prova mais dura do percurso. Não são nem de perto os mais perigosos, mas por alguma razão são os mais cansativos e desestimulantes momentos da jornada. É quando a gente pensa ter perdido toda a energia do corpo, que não garante dar nem mais um passo, e se virar a cabeça ainda consegue ver o ponto de partida, pertinho, pertinho. A tentação de dar meia volta só não é maior que o orgulho, ainda mais perto de um grupo de adolescentes que parecem feitos de borracha. Não cansam, não reclamam e têm impulso suficiente pra correr em vez de andar. Então, orgulhosamente continuo, nem tão firme, nem tão forte, mas sempre avante. Daí um pouquinho não sinto as pernas. E é só continuar caminhando, caminhando... Não sinto nem frio. Tiro a jaqueta protetora e a primeira camada de roupa. É quando começo a realmente admirar a paisagem. Uau! Que vista, que maravilha da criação divina! A única mancha na paisagem é aquele maluco vestido de ninja fazendo sei lá o quê quase no pé da montanha. O indivíduo desmiolado pula de uma rocha pra outra, desafia a gravidade e escala metros de rochedo como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Volta e meia usa a espada atracada nas costas pra fazer exibição grátis de artes maciais pra platéia acima. Minhas acompanhantes adolescentes decidem fazer fã clube pro ninja palhaço. Pra meu horror ele começa a subir em nossa direção...Faz um bom progresso do lado mais íngrime da montanha, mas finalmente desiste ou é vencido pelo cansaço. Horas depois estamos no alto de Snowdon. É um cenário deslumbrante! Depois do lanche, a sessão de fotos e a gente lembra que é hora de voltar...Dessa vez por um caminho mais curto, só que bem mais íngrime. Mas isso eu conto no próximo post.
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Eu e o homem mais fofo, aventureiro e romântico do planeta! :)
Só mais um comercial... Dessa vez com um nenenzinho cheio de atitude... :)
"O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus. Pelo Seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho." Provérbios 3:19-20
Foto tirada nos jardins de Kensington Palace.
De mulheres
brasileiras fãs de futebol americano que eu conheça (jeito de falar), só mesmo eu
e a Gisele Bundchen. Eheheheh... Casada com um dos mais renomados quarter backs
da liga, a loira mostrou-se entendida no
assunto e demonstrou que sabe xingar muito bem em inglês. O que ela falou após
o Super Bowl no domingo passado não pode ser traduzido neste blog família. Mas
Gizzelle teve motivos, por assim dizer, família, para perder a compostura.
Saiu-se em defesa do marido, que era atacado verbalmente por membros da torcida
adversária, mas acabou ofendendo o time amigo. A língua afiada de Gisele cortou dos dois lados. Custava ter mantido a boca calada e o salto no lugar ? Como
diz o ditado: “Em boca fechada..." Pois é.
Obs: Tom
Brady, o marido de Gizelle, é o quarter back (a estrela do time) dos Patriotas.
O time era o franco favorito ao título esse ano, mas acabou perdendo. A foto acima foi roubada daqui.
O Super Bowl é a grande final do futebol americano. Reconhecidamente o evento mais transmitido e assistido nos Estados Unidos. Tão esperado que merece até título de feriado e comidas típicas. É um festival de tira gostos, sanduíches, salgadinhos, batata frita, biscoitos... Em consumo, a data só perde para o dia de ação de graças. Famílias inteiras se reúnem e se banqueteiam em frente à tela. Ricos e privilegiados vão ao estádio (pagando uma bagatela que vai de 2 a 4 mil dólares por um ingresso!). Mas quem dá show mesmo são os comerciais. Com tanta gente assistindo , não faltam empresas dispostas a pagar um alto preço para divulgar seus produtos. 30 segundos na tela podem custar mais de um milhão de dólares. E os comerciais, diga-se, brilham tanto ou mais que os gladiadores em campo. Companhias não economizam em recursos, tecnologia e extravagância pra chamar a atenção. Há quem assista ao Super Bowl só por causa deles. Modéstia à parte, penso que muitas dessas superproduções perderiam de dez a zero para comerciais brasileiros de Os Melhores do Ano. Lembra da Parmalat? A empresa pode ter falido (faliu mesmo?), mas os comerciais ficaram pra história. E como no Brasil, animais e nenens são os melhores garotos propaganda de hoje e sempre. Publicitários espertos sabem se valer desses curingas que parecem hipnotizar o público, esbanjando charme e simpatia. Um exemplo é o comercial abaixo, estrelado por um cãozinho cheio de atitude.