Poema de versos livres, escrito em azul e vermelho.

Lá estava, pela primeira vez em Parintins.
Cidadezinha zinha deste tamanhinho, que cabe na palma da mão.
Perdida. Traída pelo que julgava a parte mais traidora de si.
Ah, memória...Talvez as póstumas sejam melhores!
Todas as casas azuis, azuis e brancas... Casinhas, quase no mesmo formato.
Naquela ruazinha zinha, que se esticava até o horizonte bonito.
A cidade estava parada e parado estava o ar de repente.
Mas, de uma janela azul que se entreabria, um par de olhinhos a tudo observava.
Não ao tudo parado a que me refiria. Ao movimento, desleixado, com barulhinhos de sandália rasteira, arrastando no asfalto.
De outra janela, que se escancarava, um par de cabeças, dois pares... Lá ia a dita que não pensava estar perdida. E perdida de fato estava.
Numa rua de detalhes azuis em paredes alvas, vinha, tinta de vermelho, sem saber o porquê de tanta notoriedade.
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