Mostrando postagens com marcador Índia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Índia. Mostrar todas as postagens

Quase em casa

Ainda hoje, entre os habitantes mais antigos de Goa, é possível encontrar falantes da língua portuguesa. Nomes de lugares e  de pessoas soam tão familiares quanto a alcunha de nosso motorista: Menino Mariano. Menino é nome; Mariano, sobrenome. Língua materna: Concani. (de português mesmo só algumas frases ensinadas pela avó ou coisa assim). Profissão: motorista de auto-riquixá. É ele quem nos guia em mais uma aventura pela terra das mil e uma identidades. Seguimos em direção a Goa Velha, a antiga capital da colônia portuguesa. A herança lusa está por toda a parte, na arquitetura e nos costumes religiosos. Aqui e ali, uma placa escrita em Português. Mariano nos ensina uma ou duas expressões em Concani, pra causar boa impressão entre a gente a terra. Boa impressão me causam os velhinhos que me saúdam em minha língua natal. Tenho a agradável sensação de estar quase em casa. 


Marcadores: 0 comentários |

Goa, a India Portuguesa


A India tem 16 línguas oficiais e Português não é uma delas. O vernáculo latino deixou de ser obrigatório na década de 60 quando Goa finalmente obteve independência. Não foi um processo amistoso, mas também não chegou a ser sangrento. Relutantes portugueses foram forçados a deixar a então colônia lusa em 1961, quase duas décadas depois da saída dos ingleses de território indiano. Portugal exercia supremacia sobre a área desde 1510 . Goa é, hoje, o menor, menos populoso  e mais rico estado indiano per capita. A riqueza se deve em muito aos turistas, atraídos pelas praias, construções históricas e monumentos religiosos, dentre os quais se destacam os templos hinduístas. Monumentos católicos vem em segundo, com igrejas e conventos que são considerados pela Unesco Patrimônio da Humanidade. Há também relíquias como os restos mortais de São Francisco Xavier. Fiéis e curiosos de toda a parte do globo visitam essa parte da India só pra ver o corpo que se recusa a deteriorar. Alguns até já decidiram levar um pouquinho do santo pra casa, mas essa já é história pra outro post.   
Marcadores: 0 comentários |

Índia


Penso que a Índia é um continente etiquetado erroneamente como país. Confederação de diferentes nacionalidades. Multiplicidade de línguas, culturas, costumes, castas e religiões. A Babel mais diversificada do planeta! Do lado de cá do globo a gente quebra a cabeça tentando aprender um segundo idioma. Lá, é preciso dominar pelo menos 3 pra sobreviver. Hindi é a língua oficial, Inglês, a língua franca, e para cada um dos mais de 20 estados, uma língua “estadual” distinta (que às vezes se repete, mas sempre com variações). Isso sem contar os variados dialetos das dezenas de tribos; grupos etnicos que não são contados no sistema de castas indiano. Numa das movimentadas e buzinentas ruas de Delhi, um vendedor de tecidos me confunde com indiana e dispara uma dezena de palavras em Hindi. Percebe que não compreendo e começa a falar em Simte (língua tribal), obtendo o mesmo insucesso. Faz mais uma tentativa em outra língua tribal e quando finalmente descobre que a minha tribo é do Brasil, me deixa sem palavras quando começa a falar das qualidades do pano num misto de português e espanhol. Comprei. Fazer o quê depois de tal habilidade persuasiva.
Marcadores: 0 comentários |

Um estranho entre nós

Marcadores: 2 comentários |

Na onda do amor...

Marcadores: 0 comentários |

Transporte coletivo













Onde cabem dois, cabem três...Ainda mais quando a maioria segue a pé.
Marcadores: 0 comentários |

Por amor




Agra é cheia de monumentos históricos. Prédios ofuscados pelo mais famoso de todos: O Taj Mahal. A maravilha arquitetônica é considerada ainda mais bela por ser uma obra de amor. Todo em mármore branco, de uma brancura ofuscante, o Taj é cravejado de pedras semi-preciosas. O delicado colorido  preenche os arranjos florais que emolduram o prédio.
Toda essa beleza é, na verdade, uma gigantesca sepultura para a esposa favorita do imperador Shah Jaham. Durante o reinado de sólida prosperidade, o soberano construiu dezenas de obras impressionantes, entre elas, o gigantesco Forte Vermelho, em Delhi, e o Forte de Agra. Nada se comparados à excelência e à beleza do Taj Mahal.
Alguns acreditam que Shah Jahan planejava fazer a própria sepultura em idênticas proporções, toda em mármore negro, o que seria uma espécie de negativo do Taj. Mas o filho do soberano, preocupado com os gastos do pai excêntrico, decidiu que o melhor seria tomar a direção a tempo de evitar a bancarrota do reinado.
Conspiração pensada e praticada, o filho usurpou o reino e trancafiou o pai no Forte de Agra. Das janelas do cativeiro,  Shah Jahan  podia contemplar sua obra prima. O corpo do imperador foi depositado ao lado do da esposa*, e assim o Taj Mahal perdeu a simetria interna. Não perdeu, porém, o encanto com o qual apaixona visitantes de todo o mundo.


* A sepultura da esposa Mumtaz Mahal (que significa "a eleita do palácio) foi plantada bem no meio do Taj Mahal. A sepultura de Shah Jahan foi colocada ao lado e assim, a obra deixou de ser simétrica.


Entre os mais diversos meios de transporte indianos, camelo não é por certo o mais rápido ou agradável. O animal segue lenta e atrapalhadamente pelo asfalto apinhado de vendedores, turistas, mulheres em panos coloridos, bichos exóticos e veículos mais rápidos do que ele. Vez por outra, o bichão põe pra fora tudo o que foi descartado pelo corpo durante o processo de digestão. Uma bolsa (enorme), atrelada a ele, armazena o excremento. Pra quem está de carona atrás de toda aquela massa malcheirosa a viagem passa a ser uma lição de como manter o estômago sob controle. De qualquer forma, uma experiência divertida.
Marcadores: 0 comentários |

Auto-riquixá


O jeito mais barato, ventilado e divertido de atravessar Delhi, se não for incoveniente demais andar com a bolsa cheia de frutas, e eu já explico o porquê. É que em Delhi, mendigos e pedintes estão por toda a parte, principalmente crianças. Por conta dos jogos internacionais do Bem Comum (se estou traduzindo certo a organização inglesa), coibição à mendigagem é bastante em voga. Há propagandas contra dar dinheiro a pedintes em cartazes, tv e companhia. E nas ruas de Delhi, com o trânsito já fechado, pesado, buzinento e malcheiroso por si, em cada esquina um sinal vermelho, em cada sinal, um assalto de rostinhos sujos, mãos estendidas e olhos esperançosos. Muitos turistas preferem o conforto dos carros devidamente arcondicionados e com vidros que os protegem da realidade. O auto-riquixá não tem esse artifício. É espaço aberto e vulnerável. E mesmo sabendo que por trás daqueles pequeninos mensageiros pode estar a horrenda máfia de miseráveis que se aproveitam da miséria alheia, é de partir o coração só de pensar em fechar os olhos ou virar o rosto. Minha primeira viagem me pegou desprevenida. As poucas barras de cereal que tinha na bolsa acabaram depois do primeiro semáforo. A experiência serviu para os próximos dias. Não saíamos do apartamento de mãos vazias. Bananas, laranjas, tangerinas, biscoitos, nem sempre bem apreciados por adultos que mais lucrariam com moedas. E nisso achei surpreendente contentamento, um senso de paz, de não estar colaborando com o vício de outros. Mas a recompensa maior veio na satisfação de crianças satisfeitas e sorridentes com o inusitado presente. Uma delas me deu o mais inesquecível sorriso de toda essa viagem.

Marcadores: , 2 comentários |

Acentos e assentos

Escrevo de um computador sem acentos em Portugues...E com um assento pra l'a de gasto... Entao nao espere muito cuidado com o vern'aculo, que h'a muito mais para cuidar por aqui.
Marcadores: , 0 comentários |

Usando a l'ingua

Uma semana na India e j'a consigo dizer algumas frases curtas em Hindi e em Simte (uma das centenas de tribos indianas). O que nao 'e muito. Para o padrao ocidental, dominar uma segunda l'ingua pode ser suficiente. Quase todo indiano em Delhi fala pelo menos 3 idiomas pra sobreviver. Criancas aprendem em ingles e em hindi (a lingua nacional) nas escolas por serem essas as l'inguas francas por aqui. Um vendedor tentou me convencer a comprar uma colcha rendada. Ele iniciou a conversa em Hindi( nao sei porque as pessoas imaginam que eu seja indiana). Obviamente nao deu certo. Trocamos algumas palavras em ingles, falou com minha acompanhante em Simte e, quando finalmente descobriu que eu sou brasileira, desatou a falar num misto de Portugues com Espanhol. Fiquei pasmada com tanta habilidade lingu'istica, e quase obrigada a comprar o produto. Minha acompanhante e nova amiga indiana fala 6 idiomas. O m'inimo que eu posso fazer 'e tentar aprender alguma coisa com toda essa versatilidade. E versatilidade 'e uma palavra que traduz muito nessa babel populosa que 'e a capital indiana.
Marcadores: 0 comentários |

Do futuro

Escrevo do futuro. 12 horas de diferenca no fuso horario...e sem nenhuma fotografia pra postar...
Marcadores: , 0 comentários |

India

O feio e o belo, o passado e o presente, o rico e o paup'errimo, tudo misturado.
Marcadores: , 0 comentários |