Cairo parte 2




Durante nossa visita, o país era agitado pelas eleiçoes presidenciais.  O rosto de ambos candidatos  eram estampados em outdoors, muros e paredes da cidade. Um era o representante do antigo regime ditatorial (boa coisa não poderia ser), o outro, candidato da Irmandade Mulçumana, surpreendentemente fazendo pose de pacifista. Lobo em pele de ovelha? O taxista que não cansava de dar sua opinião sem ser pedido,  disse que o Egito tava mal das pernas, tendo que escolher entre o ruim e o pior. Eu me pergunto se o país não acabou por escolher o pior. O presidente mulçumano tá contando os dias pra que a nova constituição seja aprovada, o que deve ocorrer em menos de duas semanas. O documento escrito às pressas dá plenos poderes ao soberano e impõe a lei “Sharia” – lei mulçumana- como obrigatória no país.  Mesmo com toda a algazarra promovida pelo partido liberal, é bem provável que o presidente tenha o que quer. E aí o Egito deixa oficialmente de ser democracia e passa a ser o novo Irã do Oriente Médio.
No centro da cidade, a famosa praça da revolução egípcia (Tahrir Square) não podia ser ignorada. Durante nossa visita, vimos muita gente ainda acampada na praça, talvez porque não tenham lugar melhor pra morar. O fato é que agora, a praça está ocupada mais uma vez pelos que são contra o regime ditador que o presidente mulçumano quer descer goela abaixo do povo com constituição e tudo. E daí que mais de 100 mil pró-Islam foram às ruas pra apoiar a ditadura. O Islam é terror, mas também é organização. Agora é que o turismo vai deixar de existir mesmo. Viagem para o Egito só mesmo se estiver contemplando suicídio ou martírio.
 
Praça da Revolução Egípcia

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