Chamam pra ela de Alto da Terra Preta. Como eu posso descreve-la? Ela é alta e tem muita terra preta lá em cima. Ah, também tem muitos caquinhos pre-históricos e era exatamente por isso que estávamos lá. A estrada inter-praias deve cortá-la no meio e esse é o problema. Conservar um sítio arqueológico tão grande quanto desconhecido ou levar estrada e mais comodidade aos moradores do Jutuba que sofrem bastante pra chegar à área urbana de Santarém?! O carro só chegou lá porque o motorista é um doido, adorável, mas um doido varrido. E o caminho é longo, com o desvio. Acho que é por isso que os moradores nào se ligam muito nessa história de preservaçao. Querem mesmo é que a estrada chegue até eles. Encontrei até uma senhora que fez de uma urna funerária indígena, um tanque de água! Mas há pessoas que tiram relíquias indígenas da Serra para outros fins. Uma peça no mercado negro em Santarém sai mais barato do que chocolate e pode chegar a custar um preço bem salgado e isso em dólares. O problema é que, segundo os moradores, a estrada deve ser concluida neste verào e se não for feito nada a serra vai ser sacrificada e aí o sítio desaparece sem chance de chegar a ser conhecido. É por isso que eu tenho que mandar essa matéria pra nacional. E é pra isso eu tenho que ficar boa da garganta. Eu contei pra vocês que a minha voz sumiu?